Conheça o projeto Toti, escola de programação que promove educação e inserção profissional na área de Tecnologia da Informação para comunidades de refugiados.
A vontade de oferecer oportunidades e solução as pessoas que procuram refúgio no Brasil fez com que um grupo de estudantes da Faculdade Tecnológica Federal do Rio de Janeiro criasse o projeto social Toti, escola de programação para refugiados.
Além de promover o curso de programação, o projeto também realiza conexões com as empresas para que os refugiados formados sejam empregados.
“Este ano abrimos nossa segunda turma do curso de Programação Toti, e contamos com alunos refugiados de diferentes nacionalidades, como congoleses, venezuelanos e colombianos. Também temos a participação de alunos brasileiros, que buscam aprender num ambiente fértil para a criatividade justamente por respirar diversidade e colaboração”, explicou uma das idealizadoras do projeto, Bruna Amaral.
Nas aulas, administradas na WeWork da Carioca, no Centro do Rio de Janeiro, eles aprendem conteúdos de Aplicativos, na qual são aplicações, ferramentas, templates, frameworks, formas de construir sites de forma mais simples, como por exemplo WordPress. “Posterior a isso, começamos com conteúdos de programação mesmo, iniciando por HTML, depois CSS e, por último, JavaScript”, afirmou Bruna.
Estudo de campo com os refugiados e áreas de atuação para a criação do projeto
A Toti teve início em 2016, um dos anos que o Brasil e o Rio de Janeiro mais receberam refugiados. Atualmente, segundo os últimos dados divulgados pela dados pelo Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) e pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), o Brasil contabilizou, em dezembro de 2018, 11.231 refugiados já reconhecidos.
Para o projeto, os estudantes tiveram um trabalho de campo de aproximação com essas pessoas, que até então não conheciam profundamente, e dessa forma conheceram o Nsuka Kaluba, que é refugiado e líder da comunidade congolesa do Brasil no Rio de Janeiro.
“Nsuka foi e é muito importante na nossa trajetória pois por meio dele conseguimos criar uma Toti cada vez mais forte e que realmente foque na solução do problema dos refugiados. Junto dele entendemos que os maiores desafios vividos pelos refugiados que chegam ao país eram: Documentação, Moradia e Empregabilidade”, disse Bruna.
Depois de testar algumas áreas como Empreendedorismo, Gastronomia e Saúde, os estudantes colheram feedbacks com os refugiados e identificaram que essas áreas não eram tão buscadas por eles. Foi então que resolveram optar pela área de programação, desenvolvimento web, o que gerou um grande interesse.
“Foi então que em 2018 resolvemos abrir uma escola de programação para os refugiados, entendendo às necessidades deles e assim fazendo um curso personalizado, abrimos nossa primeira turma. Para que nossas aulas tivessem embasamento teórico fizemos uma parceria com uma escola de programação brasileira que tem reconhecimento internacional, chamada MasterTech, que tem suas práticas de ensino reconhecidas pelo Google e MIT que compartilhou sua ementa e treinou nossos professores.”