Outros coronavírus tipicamente não são transmissíveis por vias sexuais, mas ainda é muito cedo para ter esse tipo de certeza em relação ao Sars-CoV-2.
Além disso, o sexo tende a envolver grande contato íntimo e proximidade física, o que já poderia ser suficiente para a transmissão do vírus, segundo Amílcar Tanuri, virologista e professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
“Não houve essa preocupação com a parte sexual ainda, mas teoricamente o sexo não existe sem contato íntimo. Isso poderia gerar o contato. Esse é um terreno que demanda pesquisa, mas a transmissão sexual é tão secundária que não vejo motivo para pesquisar isso. A não ser para conhecer totalmente o vírus”, diz a infectologia da Unifesp, Sandra de Oliveira Campos.
Campos diz também que, como foi documentado a possibilidade de transmissão do Sars-CoV-2 por urina e fezes, não se pode descartar, de forma segura, possíveis infecções pelo líquido vaginal e pelo sêmen. Portanto, vale a pena ficar longe não só de beijos na boca, mas também de práticas como sexo oral, vaginal e anal.
Outras práticas também podem ser complicadas, considerando que o vírus pode aproveitar os olhos, a boca e o nariz para entrar no corpo. As mãos, uma vez contaminadas por secreção e levados ao rosto, também podem ajudar na entrada do vírus no organismo.