Fernanda Gentil posa para a coluna com a mulher, Priscila Montandon. A apresentadora está em quarentena desde a suspensão dos trabalhos do “Se joga“:
– Fazemos tudo juntas: dividimos a mesma mesa de home office epraticamos exercícios. Ela me ajuda na função da Caslu (sua ONG) e saímos juntas para distribuir quentinhas na rua. E também fazemos todas as refeições ao mesmo tempo, lado a lado. Essa experiência tem ensinado muita coisa pra gente.
Fernanda, que é mãe de Gabriel, de 4 anos, e Lucas, de 12, explica como é a divisão das tarefas em casa:
– A Priscila fica com a cozinha, sem dúvidas. Eu ainda estou descobrindo no que sou boa. Mas, já que ela domina a cozinha, eu fico mais com limpeza e criança.
Fernanda diz que está com saudades da rotina profissional, mas busca alternativas para se manter ocupada:
– Sempre amei trabalhar, botar a cabeça para funcionar, me sentir útil em algum projeto. Essa parada forçada me deixou muito carente dessa atividade mental que o trabalho me dá. E aí, além dos materiais especiais que temos gravado para o ‘Se joga’ (sábado, por exemplo, foi ao ar no ‘É de casa’), arranjei um jeitinho de suprir isso nas minhas redes. Todo dia agora tem um conteúdo diferente no meu Instagram. Tem leitura acessível para crianças, dia de cuidar do corpo, outro para cuidar da cabeça; happy hour; game night… Tem me ajudado muito a me manter ocupada; Pelo que tenho recebido de retorno, vem aliviando a quarentena de quem me segue. Se está ajudando, já valeu a pena.
Para Fernanda, o período de isolamento social tem sido também de reflexão:
– A maior dificuldade é entender por que não nos encontramos e nos abraçamos mais quando podíamos. A saudade que estamos sentindo de encontrar e estar com pessoas que a gente ama tem sido um grande tapa na cara. Isso mostra que não temos mesmo absolutamente nenhum controle sobre o amanhã. Ontem tudo estava lá e, hoje, não está. E, sinceramente, nem sabemos se vai voltar a ser como era. Tenho refletido muito sobre isso; sobre como viver, aproveitar e valorizar ainda mais esse sopro que a gente chama de vida. O emocional está sentindo falta da rotina que eu tinha, sem dúvidas, mas nada comparado à falta que faz um prato de comida ou uma casa, como muita gente está sentindo. Então, tenho procurado mais do que nunca dar para o meu problema só o tamanho exato que ele tem, e apenas a energia que ele merece. O que me resta de energia e tempo uso para mergulhar muito nas diferentes maneiras de ajudar a suavizar o problema da maioria, porque esse sim é imenso.
O Globo.