Ela ficou milionária com empresa vendida ao Google e agora quer revolucionar a educação

Victoria Ransom, fundadora e CEO da Prisma. Foto: Alain.chuard (Wikimedia Commons)
Victoria Ransom, fundadora e CEO da Prisma. Foto: Alain.chuard (Wikimedia Commons)

Victoria Ransom e o marido educam os três filhos pequenos em casa, mas começaram a se preocupar com a falta de um programa de estudos mais sólido para quando eles crescerem. Por isso, o casal pensou e discutiu algumas ideias sobre como seria uma alternativa criativa e eficiente à escola tradicional.

O casal tinha uma empresa de marketing em redes sociais, a Wildfire, que foi vendida ao Google por US$ 450 milhões em 2012. No entanto, depois de trabalhar com a gigante da tecnologia por três anos, eles não resistiram e decidiram começar um novo empreendimento.

Nos últimos dois anos, eles financiaram sozinhos e desenvolveram uma startup de educação chamada Prisma, que receberá, no dia 8 de setembro, 40 alunos americanos divididos em dois grupos. Embora a ideia tenha sido concebida antes da pandemia do coronavírus, o interesse e a urgência do negócio cresceram com a ascensão do ensino à distância e a dificuldade das escolas em adotar modelos híbridos de forma segura e eficiente.

“Sendo bem objetiva, resolvemos os dois maiores problemas do ensino domiciliar, que são a falta de uma experiência social consistente e o envolvimento total dos pais. Ao mesmo tempo, mantivemos todos os pontos positivos: a flexibilidade, o ensino prático e adaptado ao ritmo do aluno e grades curriculares que refletem os interesses da criança”, contou Ransom ao Yahoo Finanças.

No primeiro semestre, o foco da Prisma serão alunos do Ensino Fundamental II (do 6.º ao 9.º ano) que representem todo o espectro socioeconômico, étnico e geográfico do país. A anuidade padrão é de US$ 7.900, mas a escala varia dependendo da renda da família.

Cada grupo da Prisma terá um orientador, que será responsável por “estimular os alunos, conduzir discussões, ajudar a definir e atingir metas, oferecer apoio acadêmico quando necessário, se comunicar com os pais e, o mais importante, ser um exemplo confiável para os alunos”.

“Uma nova abordagem para o ensino”

Embora Ransom venda a ideia de que a Prisma é uma alternativa completa à escola tradicional, a startup ainda não é uma instituição credenciada e não tem planos de ser certificada. Os pais teriam que matricular os filhos como estudantes de educação domiciliar.

“Essa é uma forma muito avançada de educar, por isso, estamos selecionando [pais] de acordo com a disposição de ajudar a desenvolver o modelo. É uma nova abordagem para o ensino que será maravilhosa para as crianças, mas queremos receber o máximo de opiniões possível. Acreditamos também que precisamos ouvir as crianças, saber o que elas querem e adaptar nosso modelo rapidamente”, pontuou Ransom em uma entrevista no On the Move, do Yahoo Finanças.

Esses modelos alternativos de escolas invadiram o mercado em todas as faixas etárias e, embora muitos funcionem bem para grupos pequenos, geralmente são difíceis de expandir.

De várias escolas voltadas para a liderança, como a Dida Academy, até a fracassada AltSchool, projeto apoiado por Mark Zuckerberg, a ideia dos educadores e empreendedores é trazer novas soluções interessantes para os alunos que não se dão muito bem em salas de aula tradicionais.

A startup Mission U foi fundada pelo filantropo Adam Braun em 2016 para ser uma alternativa robusta à graduação convencional de quatro anos, com foco nas habilidades técnicas e em encontrar oportunidades de emprego para os alunos. Além disso, o programa de um ano trazia um plano de pagamento revolucionário — os estudantes não pagavam a mensalidade durante o curso, mas assinavam um acordo de partilha de renda, concordando em pagar 15% do salário à instituição por três anos depois da graduação — mas só se ganhassem US$ 50.000 ou mais por ano.

Nem deu tempo de medir a eficácia da Mission U, pois o projeto foi cancelado. Depois de receber um grupo de 25 alunos que tiveram aulas sobre ciência de dados e gestão de produtos, a empresa foi comprada no meio do ano pela WeWork, que pagou US$ 4 milhões. Com a aquisição, o curso foi cancelado e integrado à WeGrow, a escola de US$ 42 mil por ano da agora problemática empresa de coworking. O negócio acabou sendo mais uma contratação do que uma aquisição, já que Braun passou a ser diretor de operações do projeto.

A Prisma tem muito a provar, mas já encontra um público receptivo, pois, no contexto atual, as famílias foram forçadas a abandonar todas as ideias de normalidade que tinham.

Yahoo!

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