O daltonismo é um distúrbio ocular hereditário, genético, que impede o olho humano de diferenciar colorações vermelho-verde e que não tem cura. Quem é daltônico vê as imagens com uma tonalidade acinzentada. No momento, a ciência pesquisa algumas alternativas para melhorar a qualidade de vida dessas pessoas como óculos com objetiva de vidro colorido e lentes de contato impregnadas de corantes orgânicos capazes de contrabalancear a anomalia. No entanto, a mais promissora tentativa de reverter o daltonismo é um estudo da Sociedade Americana de Química: lentes de contato equipadas com nanopartículas de ouro que se mostraram eficazes para melhorar a percepção de cores. Essas lentes foram constituídas a partir da junção de ínfimas partes do metal incorporadas ao material hidrogel das lentes. E por que se mostraram mais eficientes? Lentes com nanocompósitos de ouro demonstraram maior capacidade de retenção de água e isso melhorara a filtragem das cores.
Essa forma da deficiência, o daltonismo vermelho-verde, acomete 95% dos portadores do doença, na maioria das vezes, homens, 98% dos casos. De acordo com a OMS, o daltonismo atinge 350 milhões de pessoas no mundo, sendo oito milhões no Brasil. “Ao se confirmar, a nova lente vai representar uma mudança de paradigmas para essas pessoas”, afirma Leon Grupenmacher, oftalmologista e professor da Escola de Medicina da PUC do Paraná. O especialista diz isso porque pessoas daltônicas adultas podem ser impedidas de exercer algumas profissões devido à anomalia. A utilização das lentes com nanopartículas de ouro ainda não está disponível no mercado, pois há etapas desafiadoras para ultrapassar. “Daltônicos podem ter alguma deficiência de grau a ser corrigida”, diz o professor. Dessa forma, figuras públicas como a jornalista Ana Furtado, o ex-presidente dos EUA, Bill Clinton e o dono do Facebook, Mark Zuckerberg, vão ter que continuar usando dispositivos paliativos para equilibrar os tons.
Fonte: Istoé