Luciano Camargo ainda se emociona quando se lembra de quando recebeu a notícia de que seu pai, Seu Francisco, tinha morrido. O cantor, que na época tinha testado positivo para a Covid-19 e estava isolado em um quarto da mansão em que vive com sua mulher, Flávia, e as filhas Helena e Isabella, conta que viver o luto ali sozinho foi muito difícil.
“Quando peguei Covid, a primeira coisa que fiz foi me isolar. Graças a Deus a minha casa é grande e consegui fazer isso. Perdi olfato, paladar e tinha uma dor de cabeça muito forte, mas estava tranquilo. O pior momento foi quando soube de madrugada, no quarto em que estava isolado, que meu pai tinha morrido. Quando você perde alguém, só quer um abraço. Não pude receber um abraço de conforto e nem estar com meus familiares neste momento de fragilidade coletiva para dividir a dor”, conta ele, que esperou a manhã chegar para dar a notícia para sua mulher e filhas.
“Recebi a notícia de que meu pai não estava reagindo, e que eles iam esperar para ver como ele reagiria. Não pude contar para ninguém porque estava isolado. Quando elas acordaram, chamei as três e fiquei chorando. As minhas filhas com as mãos entrelaçadas no peito olhando para mim sem entender nada. Elas nunca tinham tido uma perda, essa foi a primeira notícia de morte, e elas não podiam dar um abraço no pai. Foi muito dolorido, uma dor física.”
Apesar de não ter podido ir no velório e enterro, Luciano se conforta de ter vivido alguns dias ao lado do pai, que há anos estava com a saúde debilitada. Por causa da pausa da agenda cheia de shows, ele pôde encontrar os pais no ano passado.
“Eu já estava me preparando inconscientemente para a partida dele. Fiquei com ele três dias, uma semana antes. Abracei muito meu pai no hospital. A gente ficou vendo clipes gospel na TV. Tenho certeza que meu pai aceitou de fato Jesus e há muito tempo. A morte do meu pai aqui na terra não é o fim, é o começo. Aquele abraço que dei nele, acabou sendo uma despedida antecipada. Sei que vou encontrar meu pai de novo e vai ser um abraço eterno.”
Fonte: Quem