No horário destinado a deputados, na sessão desta terça-feira (11), na Assembleia Legislativa, o deputado Vivaldo Costa (PSD) comentou o noticiário sobre o inverno de 2021 no Rio Grande do Norte. Com base em afirmações da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), Vivaldo alertou para maior atenção do Governo do Estado e da classe política nos cuidados com o homem do campo e com os municípios do interior.
“É muito preocupante a situação do Rio Grande do Norte”, disse o parlamentar, chamando a atenção da classe política para “mergulhar dentro dessa realidade para amparar os pecuaristas, trabalhadores rurais e produtores de leite”, alertou Vivaldo, preocupado com mais um ano de seca.
O deputado Ubaldo Fernandes (PL) comentou sobre a audiência que teve com o presidente da Caern, Roberto Sérgio Linhares, para tratar da situação da população de baixa renda, e pedir que as contas de água em atraso, no caso de muitas pessoas desempregadas, não sejam cobradas com juros e sejam parceladas. “O presidente foi muito sensível”, disse Ubaldo.
O deputado afirmou que retirou o pedido de urgência para projeto de sua autoria que tratava do tema e disse que o presidente da Caern confirmou que vai conceder dispensa de juros e correção, e que vai parcelar débitos em até 36 meses. O deputado ressaltou ainda que, retirando juros e parcelando os débitos, a Caern garantirá arrecadação, vez que as pessoas com contas em atraso voltarão a pagar.
O deputado Getúlio Rêgo (DEM) cobrou do Governo do Estado os repasses em atraso desde 2020 ao Hospital Infantil Varela Santiago. Também cobrou pagamento pelo Estado a cooperativas de profissionais médicos. Segundo o parlamentar, com a suspensão de cirurgias eletivas durante a pandemia, o Estado teria recursos para cumprir o compromisso com as categorias. “Mas isso não fez com que honrasse os compromissos com as cooperativas”, criticou o deputado.
Segundo Getúlio Rêgo, a Secretaria de Saúde do Estado, em reunião com representantes de cooperativas, teria afirmado que a prioridade seria o pagamento de plantões. “Não só de Covid vive a população”, ressaltou Getúlio, lembrando que pacientes de outras doenças também merecem atenção.
O deputado Coronel Azevedo (PSC) criticou o que chamou de “quebra de compromisso” por parte do Governo do Estado com os militares estaduais. Ele relembrou uma reunião do Governo com militares em junho do ano passado, quando foi definido que o Estado teria a segurança como prioridade. “Isso não é verdade, isso não aconteceu”, afirmou Azevedo.
O deputado comentou sobre a situação de militares morrendo de Covid-19 e sendo assassinados, considerando o mês passado como “abril sangrento”. Segundo Coronel Azevedo, “a categoria está sendo desrespeitada”. O parlamentar também afirmou em seu pronunciamento que em contato com a diretoria da Caern, solicitou o parcelamento de dívidas acumuladas pela população de baixa renda em suas contas de água.
Líder do Governo na Assembleia, o deputado Francisco do PT se referiu às críticas feitas pela oposição, como sendo direcionadas a outro Estado, e não ao Rio Grande do Norte. Sobre a Segurança Pública, ressaltou avanços conseguidos na gestão da governadora Fátima Bezerra (PT). “A governadora atendeu, inclusive, pedido do Coronel Azevedo”, citou Francisco. “A segurança está melhor do que no governo anterior”, apontou o parlamentar.
Para o deputado Francisco do PT, não é interessante o clima criado para ‘jogar as forças de segurança contra o Governo. Isso é temerário. O deputado também se referiu às críticas feitas à Saúde do Estado, lembrando que, se em governo passados, como o da governadora Rosalba Ciarlini, as cobranças tivessem sido feitas no plenário da Assembleia, ‘com a mesma veemência’ que se faz ao Governo Fátima, “certamente não estaríamos atravessando um quadro tão grave no Rio Grande do Norte”, afirmou Francisco.
O deputado Francisco lembrou que a Saúde Pública é administrada no modelo ‘tripartite’, com gestão dividida entre os governos estaduais e municipais e a União. “A cobrança não pode ser dirigida só a um governo, tem que ter uma cobrança justa e imparcial”, encerrou.
O deputado José Dias (PSDB) comentou sobre a gestão tripartite da Saúde. “Tripartite só agora? O que os governos do PT fizeram? Os recursos enviados pelo presidente Bolsonaro em 2020 superaram os repasses em um ano de Governo do PT”, afirmou José Dias, que fez defesa da gestão do ex-governador Robinson Faria (PSD), afirmando que ele viveu a maior crise do Brasil, “tirando a pandemia, claro”, completou o deputado. José Dias citou promessas da gestão do PT ao governo Robinson e disse que financiamentos anunciados não saíram “porque não deixaram”. Ao criticar a última gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, disse que ela era “incompetente e doida”.
O deputado também comentou sobre a CPI da Covid, e criticou o que chamou de ‘roubo’ na vida política do presidente e do relator da Comissão, os senadores Omar Aziz (PSD/AM) e Renan Calheiros (MDB/AL), respectivamente.
Última oradora da sessão, a deputada Isolda Dantas (PT) solicitou que a Assembleia retirasse da Ata da sessão desta terça-feira, “o termo de baixo calão usado pelo deputado José Dias contra a presidente Dilma Rousseff”. Isolda criticou posições registradas no plenário da Casa e considerou a declaração do colega parlamentar como “machista e misógina”. “Dilma foi a primeira presidente mulher deste País e isso nos orgulha”, disse a parlamentar, em defesa das mulheres. “Esse lugar não é só meu, não é só da deputada Eudiane (Republicanos), mas de qualquer mulher”, concluiu a parlamentar.