Estimulado por evidências crescentes de abusos do Talibã desde que o grupo tomou o poder há dois meses, o principal órgão de direitos humanos das Nações Unidas votou na quinta-feira para nomear um especialista independente apoiado por consultores especializados para investigar e relatar os abusos no Afeganistão.
O Conselho de Direitos Humanos em Genebra adotou uma resolução liderada pela União Europeia endossada por 50 países, principalmente europeus e latino-americanos, que instalarão, até março do próximo ano, um relator especial e uma equipe de especialistas técnicos para monitorar os direitos humanos.
A China condenou a iniciativa de ignorar os abusos cometidos pelas forças americanas e seus aliados nos últimos 20 anos. A Rússia, desafiando a resolução “tendenciosa, desequilibrada e destrutiva”, também mirou na “retirada apressada e irresponsável” da América, sem garantir uma transição suave de poder.
Mas o conselho de 47 membros, após descartar uma série de emendas hostis propostas pela China, votou 28 a 5 a favor da resolução, com 14 abstenções.
Autoridades do Talibã não responderam a um pedido de comentário.
O embaixador do Afeganistão na ONU, Nasir Andisha, nomeado pelo antigo governo, mas ainda representando o país em Genebra, condenou fortemente o novo governo talibã, que inclui apenas alguns não-pastós e nenhuma mulher, e que ele acusado de uma “ladainha de abusos dos direitos humanos”, incluindo assassinatos sumários e limpeza étnica realizados nos últimos dois meses.
Matéria Completa em: New York Times