Bolsonaro enrola o eleitor ao dizer que inflação do Brasil é menor do que na Europa e nos Estados Unidos

Que o presidente Jair Bolsonaro foi bem recebido em Natal, as imagens são incontestáveis. Não seria diferente, até porque, ele não é mais só um presidente, ele é um presidente e candidato em campanha, e triste da campanha de uma candidatura milionária que não consiga articular um grande movimento. Sem contar que Natal é bolsonarista, em 2018 ele teve a maioria dos votos da capital, apesar de no Estado ele ter ficado na casa dos 40% contra 60% do adversário Fernando Haddad (PT).
Foto Canindé Soares
Mas essa alegria com cara de festa ficou só na festa. No país da inflação alta, dos preços dos alimentos cada vez mais altos, dos combustíveis ainda em valores estratosféricos (gasolina não custava 4 reais há até bem pouco tempo), de milhares de pessoas passando fome, de milhares de desempregados, de milhares de sem teto, de gás e energia custando os olhos da cara…o presidente-candidato fez dois discursos iguais em Natal, mostrando quase que o Brasil é país de primeiro mundo. Chegou a dizer que a inflação no Brasil é menor do que na Europa e nos Estados Unidos. Mais um discurso que merece correção. Apesar de uma deflação histórica registrada em julho – mas que pouco foi sentida no bolso do assalariado brasileiro – o Brasil permanece no topo do ranking dos países com maiores taxas de inflação entre as principais economias mundiais. No acumulado de 12 meses, o Brasil só conseguiu ficar em melhor condição do que a Turquia (79,6%), da Argentina (64%) e da Rússia em guerra (15,9%). O acumulado do Índice de Preços ao Consumidor no Brasil foi de 10,1%. Estados Unidos 8,5% e países da Europa abaixo de 8%, como mostra o gráfico.
Especialistas apontam que a inflação do Brasil ainda deve encerrar 2022 acima dos níveis dos Estados Unidos e da Europa, ao contrário do que diz Bolsonaro em seu discurso de candidato. A projeção mais recente do Banco Central é que o Brasil termine o ano com uma inflação em 8,8%. Já nos Estados Unidos, o Federal Reserve prevê que a inflação termine 2022 em 5,2%, e na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) prevê terminar o ano com inflação em 6,8%. No Brasil, atualizando os números depois da deflação, o IPCA acumula alta de 4,39% em 2022, e o acumulado dos últimos 12 meses caiu para 8,73%. FONTE: thaisagalvao.com.br

prima

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Voltar ao topo